Síndrome de Cushing, em homenagem ao neurocirurgião Harvey
Cushing que descobriu e a estudou em humanos, também é conhecida como hiperadrenocorticismo
ou hipercortisolemia.
É
causada por níveis elevados de cortisol no sangue. Existem duas causas
possíveis, um tumor na hipófise ou um tumor nas glândulas suprarrenais.
O excesso hormonal de cortisol pode ser produzido pelo
próprio corpo, envolvendo a glândula suprarrenal (também chamada de Adrenal) e
a hipófise, ou adquirido pelo uso de medicamentos por via oral, nasal,
injetável ou até mesmo como creme para pele. Ou seja, é proveniente tanto de
vias endógenas como exógenas.
Cushing endógeno é considerado raro, 2 por milhão,
anualmente. Costuma ser mais frequente em mulheres em uma faixa etária de 20 a
40 anos. (Instituto Hermes Pardini).
O córtex da glândula suprarrenal libera cortisol em níveis
rigorosamente controlados, em resposta à liberação de ACTH (hormônio
adrenocorticotropina) pela hipófise no cérebro. Porém, o surgimento de um tumor
benigno na hipófise começa a secretar grandes quantidades de ACTH. O ACTH se desloca
para as glândulas suprarrenais, que entendem isso como um sinal para produzir
mais e mais cortisol. Sendo esse processo inteiro classificado como: Síndrome de Cushing Hipófiso-dependente.
Um tumor na glândula suprarrenal faz com que uma das
glândulas fique maior que a outra, fazendo produzir mais cortisol. Sendo esse
processo classificado como: Síndrome de
Cushing não hipófiso-dependente.
Também existem casos em que uma elevada secreção de CRF
(hormônio corticotropina) pelo hipotálamo, condiciona uma exagerada produção de
ACTH.
Até agora foram explicadas as causas endógenas. Agora vamos
às causas exógenas, que são as mais comuns.
O esteroide natural cortisol sofre modificações químicas que
alteram a atividade biológica dos glicocorticoides sintéticos. Com exceção da
hidrocortisona, todos os corticoides sintéticos são mais potentes que o
cortisol natural.
O corticoide é utilizado como medicamento no tratamento de graves
doenças inflamatórias crônicas como artrite ou asma brônquica, doenças
auto-imunes, doenças de pele, leucemia, linfoma, sarcoidoses.. utilizado também
em transplante de órgãos. São muito eficientes. Porém, apresentam fortes
efeitos colaterais que vão depender da duração e da quantidade.
O excesso de corticoide altera o metabolismo de lipídios,
proteínas e glicídeos, que levam a consideráveis alterações no aspecto físico.
Ocorre um acúmulo de gordura no rosto e no tronco,
principalmente no abdómen, já as extremidades como braços e pernas perdem massa
muscular e emagrecem. O rosto toma uma forma arredondada conhecida como “cara
de lua cheia”. A pele torna-se fina, lisa, com acne ou infecções cutâneas e
ainda surgem profundas estrias verticais avermelhadas no abdómen e nádegas. Há
também a perda da densidade dos ossos (osteoporose) que afeta diretamente a
coluna vertebral causando dores e tornando mais fácil ocorrência de fraturas.
O
corticoide estimula a gliconeogênese hepática, aumentrando a concentração de
glicose no sangue, o que pode acarretar uma diabetes mellitus secundária.
No
sistema nervoso central causam: depressão, psicose, insônia, perda de memória.
Vimos
aqui alguns efeitos colaterais, podendo ser observados na figura também, e já
se tem uma noção de quão graves e prejudiciais podem ser.
Cabe
ao médico ser responsável e cauteloso na hora de prescrever o uso de
corticoides, tendo sempre em vista o risco/benefício.
Escrito por: PAOLA AIRES LÓCIO DE ALENCAR
REFERÊNCIAS
http://www.inlab.com.br/intranet/pardini/Informativos_T%E9cnicos/Endocrinologia/S%EDndrome%20de%20Cushing.pdf
Nenhum comentário:
Postar um comentário