domingo, 23 de novembro de 2014

Uso de corticoides após transplante de coração



Diferentemente de outros tipos de transplantes de órgãos, o transplante de coração só pode ser realizado por um doador morto, já que se for retirado de uma pessoa viva ela deixa de ser viva. Essa doação se dá pelo transplante de qualquer doador cadavérico para qualquer transplantado, porém sabe-se que quanto mais próximo for a relação de parentesco entre eles, menor serão as respostas imunológicas provocadas no pós operatório.
Para que ocorra de forma mais viável esse transplante é necessário que antes da operação seja feito um mapeamento genético conhecido como HLA, onde esses dados ficam em uma rede controlada por instituições responsáveis por transplante de órgãos. A partir do momento que se confirma uma morte cerebral de um doador potencial todos os testes de compatibilidade são testados para que obtenha o receptor que melhor encaixa no padrão genético HLA do falecido.
Como todos os transplantes existem a possível rejeição, já que a pessoa estará recebendo um tecido diferente do produzido pelo seu organismo, logo precisam controlar a ação do sistema imunológico que será efetuado para tentar diminuir as reações indesejadas causadas pelo transplante do coração. Neste caso, o uso de corticóides terá uma função principal de tentar reverter os quadros de rejeição após o operatório agindo como a imunossupressão que é o quando se reduz a eficiência do sistema imune e é feita para tentar frear a rejeição do transplante de coração, logo com o sistema imunológico praticamente desativado as reações de rejeição são reduzidas, porém deixa a pessoa mais vulnerável a infecções e doenças oportunistas.
Desta forma o uso de corticóides como a Ciclosporina reduz a probabilidade de rejeição com um mecanismo de ação bastante especifico como a ação inibidora de linfócitos T que são conhecidos como Timócitos que sofrem maturação no timo e são responsáveis pela imunidade celular.
Quando uma pessoa é transplantada o processo que reconhece os antígenos é chamado de alorreconhecimento que ocorre em duas vias distintas na qual, na via direta envolve receptores nos linfócitos T da pessoa que recebe o transplante e reconhece os antígenos nas células do órgão transplantado e uma via indireta que possui uma célula apresentadora de antígeno chamada de APC que apresenta o antígeno  as células CD4+. Com essa interação complexa dos Linfócitos T com a APC esse processo ativa outras vias de sinalização celular conforme apresentada na figura abaixo:




Referências:
http://evunix.uevora.pt/~sinogas/TRABALHOS/2002/imuno02_GVHD.htm#_Toc47117789
http://www.scielo.br/pdf/rbccv/v11n1/v11n1a07.pdf
http://corticoides.wordpress.com/2012/05/24/cortisol-acao-imunossupressora/

Escrito por PEDRO FERREIRA MENDES

Nenhum comentário:

Postar um comentário